Coaching, Millennials e a Geração Z: Encontro Perfeito

Nós da área de gestão de pessoas, da área de educação ou que trabalhamos com perfil comportamental, volta e meia, nos deparamos com uma interminável discussão de tentar definir quem pertence à geração X, geração Y e geração Z. Isso porque, até pouco tempo atrás, era possível dizer que as gerações eram mudadas a cada 25 anos mais ou menos. No entanto, supor hoje em dia que uma pessoa nascida em 1974 e outra nascida em 1999 possam pertencer à mesma geração seria um ato de insanidade, não é mesmo?

As revoluções tecnológicas foram tantas, tão rápidas e tão impactantes nessas últimas décadas que foi necessário estabelecer uma nova forma de classificação para as gerações mais novas, sendo divididas agora a cada 10 anos. No final das contas, isso acabou criando certa confusão e deu margem para diferentes interpretações entre diferentes autores.De qualquer forma, podemos dizer que a divisão mais utilizada ou aceita é a seguinte:

– Baby Boomers: é a geração dos nascidos entre 1943 e 1960, ou seja, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo viu uma explosão populacional (baby boom, em inglês, significa ‘explosão de bebês’)

– Geração X: essa é a geração que nasceu entre os anos 60 e 70, com alguns autores defendendo que ela pode alcançar até os nascidos em 1984. Geração que passou boa parte da vida adulta tentando acompanhar as mudanças tecnológicas no mundo (pense no seu pai gritando pra você ir socorrê-lo quando estava na frente do computador tentando formatar um documento em Word), essa geração fez cursos de datilografia e rodou cópias de documentos no mimeógrafo como ninguém. No entanto, também acompanhou toda a sequência de computadores 286, 386, 486, 586 e Pentiums, bem como conheceu os disquetes e o MS-DOS de perto.

– Geração Y (ou millenials): essa é a galera que nasceu entre os anos 80 e 90. Geração que presenciou os maiores avanços tecnológicos do século, num ritmo muito acelerado. Passaram a infância assistindo filmes no vídeo cassete e jogando Master System, mas se adaptaram rapidamente aos CDs, DVDs, MP3, PlayStations e smartphones (isso vale muito mais pra geração dos anos 80 do que pra dos anos 90, que nunca ficou na frente de um aparelho de som esperando pra apertar REC + PLAY quando suas músicas preferidas tocassem na rádio…)

– Geração Z: são os nascidos entre o final dos anos 90 e 2010, ou seja, os que vieram a esse mundo praticamente sentados num computador e hoje criam apps até dormindo.

Como eu disse anteriormente, embora essa seja a divisão de gerações mais comum ou mais utilizada, podem existir e existem controvérsias.

O único pecado que não devemos cometer ou até certa tentação que não podemos ceder, é estabelecer estereótipos, carimbos ou uma ideia preconceituosa que só porque se nasceu naquele período, obrigatoriamente asbcaracterísticas daquela pessoa obrigatoriamente devem ser exatamente as definidas como o DNA de cada uma destas gerações.

Talvez, você mesmo se questione, muitas vezes, se não possui ou se identifica com diferentes aspectos de elementos pertencentes a mais de uma geração, principalmente quando olho para sua carreira como um todo e as diferentes fases da sua vida pessoal e profissional.

E a partir deste aspecto, que nós da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade temos vivido experiências fantásticas de processos de coaching com as gerações mais atuais. E porque, como e que resultados tem se obtido nestas experiências?

O primeiro elemento mais relevante é que estas novas gerações não são muito afeitas a caminhos padrões, seguir conselhos inquestionáveis dos seus pais ou de pessoas mais experientes como professores, chefes e chegam até ter certa resistência a questões como hierarquia ou o que chamo “de respeito aos cabelos brancos”. E como o processo de coaching é uma metodologia de desenvolvimento, ou melhor, de autodesenvolvimento de “dentro para fora”, ela tem se encaixado perfeitamente com este modelo mental das novas gerações.

Segundo é que estas gerações tem um principio de vida até certo ponto fantasioso de vencer na vida profissional muito rápido, sem abrir mão de questões como proposito, significado, trabalhar em um bom ambiente, qualidade de vida e nem sempre isto é compatível com o inicio de carreira, período no qual não se tem tantas opções de escolha e isto precisa ser trabalhado de uma forma inteligente, evitando sentimentos como “não me identifico com nenhuma empresa”, “não me identifico com nenhum curso”, “não me identifico com nenhuma profissão” ou situações muito comuns de abandono de 2 ou 3 faculdades.

Terceiro esta geração muitas vezes tem uma espécie de adolescência prolongada, vivendo em um paraíso artificial e fantasioso ás custas dos pais e sem se cobrar de forma mais efetiva, questões como foco, disciplina, perseverança, sacrifício e convívio sadio com as frustações naturais da vida pessoal e profissional. Apenas a descoberta de uma real motivação, o que alguns autores chamam de motivação intrínseca, pode mudar esta realidade e isto é gerado a partir de um processo sistematizado de autoconhecimento tradicional no coaching.

E por último, uma geração que busca respostas a tudo, sem satisfazer com os modelos preconcebidos das antigas gerações ou o “a vida é assim”, tem um maior volume de crises existenciais, falta de clareza quanto ao futuro da carreira, busca de modelos alternativos de felicidade e/ou sucesso. O coaching dá suporte para a construção de um horizonte de carreira, a ideia que vida pessoal e profissional estão conectados e é possível sim o binômio da felicidade e sucesso.

“Uma excelente experiência que vale a pena, os resultados me surpreenderam muito. Fiz o coaching com outro profissional, fiz trabalhos com psicopedagogo e nunca funcionou. Com este processo funcionou e muito, aumentando minha visão de futuro, clareza de objetivos e me ajudou, a saber, o que eu quero, a partir de respostas que dei com perguntas chaves. Também me ajudou, a saber, como atingir os objetivos de implantar a minha empresa de games. Aprendi a desenhar metas realistas, trabalhar com metas, tendo sempre uma performance superior a que eu esperava.”

Este depoimento é de um estudante da área de ciência da computação, com apenas 19 anos de idade e que estava buscando se desenvolver no mundo dos games, da inteligência artificial e que o seu meio quase nada tinha a ver com esta realidade. Este jovem passou por 3 (três) ciclos completos de coaching, ou seja, 30 (trinta) sessões.

“Eu acho que o processo de coaching me ajudou bastante no processo de autoconhecimento e de autoconfiança, saber que a autoconfiança é consequência do autoconhecimento. Definir estratégias claras de como chegar aos meus objetivos e metas, o como. Sempre fiz isto nas minhas atividades, mas, precisei do processo de coaching para o meu planejamento de vida e carreira. Tem que ser um processo eterno, com ou sem o apoio do Coach, ou seja, um self-coaching.”

Neste depoimento está explicito a busca de uma jovem engenheira, que queria se autoconhecer, melhorar seu desempenho em processos de seleção para trainees e planejar sua carreira. Detalhe antes do final do processo estava empregada em uma grande empresa.

Há também os casos, que o processo de coaching apoia a uma mudança radical de rotina, hábitos e pensamentos, quando este jovem detecta por si só, que as cobranças do mercado, da faculdade, dos pais, não são meras pressões e sim questões que traçarão o seu futuro e o seu destino. E que se mantiverem aquela ideia do carpediem, um dia a vida os cobrará.

E tantas outras experiências riquíssimas com estas novas gerações, alguns até mais conservadores que a minha geração e outros com uma essência, uma alma ainda a ser descoberta. Espíritos rebeldes, inquietos e até perdidos que precisam se encontrar com o seu eu, as suas verdades.

Registro aqui neste artigo um especial agradecimento aos pais, familiares ou até avós que confiaram e confiam no trabalho da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade, como também a estes “meninos e meninas” que iluminam as nossas manhãs, tardes e noites.

O coaching não faz milagre, nem substitui a família, mas, talvez, seja esta forma de criar uma sistemática de apoio a estes jovens que se encontram em labirintos escuros e precisam urgentemente encontrar um caminho ou até uma saída.

Fábio Rocha

Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.

Maiza Neville

Especialista em Carreira, Consultor em Gestão de Pessoas por Competências, Professora, Coach e Diretora-Executiva da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.

 

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