Com os a avanços tecnológicos surgiram modelos flexíveis de trabalho com atividades realizadas remotamente, exigindo respostas cada vez mais rápidas, acrescidas da necessidade de alinhamento dos resultados organizacionais, do planejamento de carreira e da qualidade de vida, em um cenário com ampla complexidade, em que clima organizacional, perfil de liderança, necessidade de autoconhecimento, desenvolvimento de novas competências e inovação são condições fundamentais para o sucesso de uma organização.
Para ilustrar este cenário, apresentamos alguns elementos que traduzem o atual contexto organizacional:
- Uma das maiores síndromes organizacionais é a chamada TCR – Transferência de Culpas e Resultados;
- Algumas pesquisas mostram que 80% das pessoas se demitem por causa dos seus líderes diretos ou chefias;
- A sobrecarga de trabalho leva as pessoas a se tornarem meros cumpridores de tarefas, desaparecendo elementos (fatores ou ações) como inovação e criatividade no cotidiano das organizações;
- Existem problemas cada vez maiores relacionados ao assédio moral, gerado por descontrole emocional de líderes e liderados;
- O desconhecimento mais detalhado dos perfis dos líderes e liderados os colocam em posições totalmente inadequadas, gerando resultados muito inferiores para a organização, além de uma relação bastante desequilibrada entre os líderes e as suas respectivas equipes;
- Um dos maiores problemas das organizações atuais é a crise de valores;
- A indefinição de projetos de vida e de carreira amplia os conflitos com o projeto organizacional.
A dinâmica organizacional impactada, muitas vezes, pela exiguidade de tempo disponível para investir no autodesenvolvimento e no desenvolvimento das competências necessárias à formação de equipes de alta performance, geralmente grandes, abrangentes e com perfis diversos, impõe obstáculos à atuação do líder, colocando-o frente a dilemas que limitam o seu desempenho com reflexos nas tomadas de decisões, entregas e nos relacionamentos interpessoal e institucional.
Portanto, os investimentos nas pessoas para que conheçam a sua identidade, avaliem o seu atual perfil, desenvolvam novas competências e elaborem planos para enfrentamento sistematizado destes desafios, precisam encontrar respaldo nas ações, técnicas, e, ou ferramentas aplicadas no campo da gestão de pessoas.
Com base na citação de Mello, 1978, de que “toda mudança organizacional implica, em última análise, em mudanças de comportamentos de indivíduos e/ou grupos. Isto é, qualquer mudança dentro da organização – mesmo que tecnológica estrutural ou administrativa – leva, necessariamente, a algumas modificações de hábitos, atividades ou ações de pessoas”, deparamos com um contexto onde os desafios são cada vez maiores, levando as organizações a buscarem alternativas que viabilizem não só o desenvolvimento e ampliação das competências dos líderes como também as de suas equipes.
E uma das soluções mais efetivas para este contexto, chama-se Coaching. Segundo, o precursor do Coaching, Tim Gallwey: “Coaching é uma relação de parceria que revela e liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o seu desempenho. É ajudá-las a aprender, ao contrário de ensiná-las”.
O coaching, hoje comprovadamente, apresenta-se como uma ferramenta de gestão adequada para atender às demandas das organizações modernas, que se posicionam competitivamente no mercado, e, que precisam dar condições às suas equipes para responder às demandas imediatas, para se posicionar como os donos do negócio com visão de futuro, atitude proativa e empreendedora.
Ocorre que pela pouca difusão e conhecimento da ferramenta coaching, especialmente em nossa região, muitas dúvidas ainda cercam o assunto. É uma espécie de treinamento? Um tipo de pós-graduação? Uma técnica milagrosa capaz de levar o profissional a superar todas as carências de performance em tempo recorde? É um embuste vendido como um processo que vai trazer sucesso à vida de qualquer um?
Importante esclarecer que o Coaching é definido como um processo utilizado para facilitar a tomada de decisão no momento de dilema na carreira profissional, apoiando o desenvolvimento, ou ampliação de competências que levem o individuo ao alcance de suas metas e resultados pessoais ou profissionais.
Coaching é um processo, com início, meio e fim, definido em comum acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) de acordo com a meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar metas de curto, médio e longo prazos, através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como também do reconhecimento e a superação de suas fragilidades.
No processo de Coaching é essencial a criação de condições para que o Coachee tome consciência das suas competências no contexto profissional/organizacional, assuma a responsabilidade do desenvolvimento de comportamento mais objetivo e eficaz, através da minimização de conflitos internos, visualizar os seus pontos fortes e os pontos de melhoria, bem como definir ações para minimizar ou eliminar os gap´s percebidos. Estas ações propiciam para o Coachee potencializar a sua capacidade de mudança e resultados de alta performance, com economia de tempo e dinheiro.
Em nossa experiência como Coach podemos citar algumas Competências que os Coachees apresentaram, mudanças essas que foram relevantes para a organização, mesmo durante o processo de coaching:
- Ampliação das habilidades de comunicação e relacionamento com os seus clientes internos e externos;
- Aumento da capacidade de liderança e sinergia de sua equipe;
- Ampliação da capacidade na administração das mudanças internas e externas da organização;
- Aumento da autoconfiança e da autoestima;
- Conhecimento melhor a si mesmo; e,
- Definição clara dos seus objetivos e Visão assertiva do seu potencial e como explorá-lo em prol dos resultados pessoais e organizacionais.
Embora existam pessoas de má fé ou desqualificadas, que se autonomeiam Coach, esta técnica é bastante proveitosa, e, pode mesmo alavancar a carreira do profissional, independente da posição que ele ocupa no mundo corporativo.
Ao decidir pela contratação de um Coach para a sua organização é fundamental fazer uma boa seleção, buscar informações sobre o seu histórico de atuação, comprovar se o Coach fez formação em instituição credenciada para desempenhar esta atividade ,e, o mais importante é solicitar ao Coach comprovar a sua experiência com o atendimento em outras organizações, e, ou com profissionais.
Fábio Rocha
Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.
Maiza Neville
Especialista em Carreira, Consultor em Gestão de Pessoas por Competências, Professora, Coach e Diretora-Executiva da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.