Mesmo que já tenha lido muitos artigos, pesquisas e/ou livros sobre liderança, antes de iniciar a leitura deste artigo, sugerimos que reflita e responda as seguintes questões:
- O tema liderança é um tema valorizado na sua organização?
- Você ainda acredita que a competência de liderar é um talento nato?
- Sua empresa,
- Tem investido na formação de lideranças?
- E em programa de formação continuada para as lideranças?
- Tem conhecimento do perfil comportamental das lideranças?
- E plano estruturado para formação de novos líderes?
- Os líderes têm clareza sobre o propósito da organização?
- Os líderes estão alinhados com a cultura organizacional e fortalecem, em suas atitudes e comportamentos, esta cultura?
Caso sua resposta tenha sido negativa, em pelo menos três destas questões, este artigo foi feito para apoiá-lo no diálogo com seus líderes, demonstrando que sua organização pode estar comprometendo o futuro, se continuar tratando o tema liderança desta forma.
Em qualquer tema estratégico no mundo da gestão, a correlação é imediata com o papel da liderança em uma organização. As organizações de sucesso, de forma geral, utilizam modelos multi-líderes, com quadros hierárquicos adaptáveis, com velocidade de respostas, que capturam e usam conhecimentos integrados nos processos de tomada de decisões estratégicas.
Constata-se cada vez mais que os times são responsáveis pelos resultados gerados nas organizações. Porém, a manutenção de times de alta performance está, também, relacionada a uma liderança efetiva, capaz de manter relacionamentos com grupos de pessoas e com objetivo de alcançar resultados e resolutividade frente aos obstáculos do dia a dia, não só no âmbito da equipe como no contexto organizacional.
Tratando-se de clima organizacional, vale refletir sobre o caos interno gerado pela realidade de organizações, onde em cada diretoria, unidade de negócio, departamento ou setor, apresentam práticas de liderança totalmente opostas, chegando ao ponto de um colaborador perguntar ao outro, “você trabalha na mesma empresa que eu, com certeza?”.
Ressalta-se, na comunicação interna, a qualidade das relações interpessoais, disseminação da estratégia, relações da empresa com as partes interessadas, tomada de decisões tático-operacionais, como exemplo de posturas éticas, e construção de uma reputação institucional, como elementos fundamentais para o equilíbrio da organização, em que a forma como é exercida a liderança é que pode fazer a diferença.
Especial destaque aqui é dado à gestão de ativos intangíveis, propósito, significado, cultura organizacional e engajamento, considerando que é impossível trabalhar estes elementos sem a figura das lideranças. Como ter eficiência, eficácia, efetividade e resultados nestas dimensões sem um bom exercício da liderança?
Quando uma organização não tem um plano para formação continuada de líderes muito dificilmente ela manterá um bom desempenho ou performance o seu destino está traçado para o insucesso.
As empresas não podem se dar ao luxo de perder um lider e não dispor de outro para colocar no lugar, independentemente de seu porte ou segmento. Sem pessoas preparadas com domínio das competências constantes do padrão definido pela organização para o exercício desta função, decisões erradas podem ser tomadas e até acarretar pequenas, médias ou grandes sequelas para a organização.
Uma das possíveis causas do não investimento na renovação e formação continuada das lideranças de algumas organizações, é a atuação de líderes com foco excessivo nas operações de curto e médio prazo, somado ao fator de que, com frequência, se preocupam em se perpetuar no cargo e se defenderem de possíveis ameaças (Ex: novos líderes).
Muitas organizações não investem na estruturação de um programa de formação de lideranças adequado às suas necessidades, por possuírem uma visão imediatista, não acreditarem no retorno deste investimento, na capacidade do trabalhador para melhorar o desempenho e elevar os resultados do negócio. Às vezes até pensam que a melhor forma de manter uma equipe competente é buscar no mercado profissionais já preparados.
Esta é uma visão que não corrobora para o fortalecimento da organização; manter um profissional que já está integrado a organização, que conhece os processos, a cultura e mantém um bom relacionamento com os demais integrantes da equipe, custa bem menos do que a captação de outro profissional no mercado. Apoiar um colaborador no desenvolvimento de novas competências relacionadas ao negócio e promover o seu alinhamento com os objetivos da organização, além de preservar os conhecimentos e as práticas de gestão que compõe o capital intelectual da empresa, gera um clima favorável comum a todos, atua como incentivo e indicador de valorização, eleva sobremaneira as possibilidades de engajamento dos colaboradores com o negócio.
A estruturação de um programa de formação de líderes deve ser embasada em elementos que assegurem o desenvolvimento das competências, comportamentos e técnicas, em consonância com a missão, visão e planejamento estratégico da organização, bem como seus valores e as especificidades dos processos e necessidades para responder às demandas do negócio.
Alguns exemplos de questões a serem respondidas: “as crenças dos líderes bloqueiam o exercício de uma liderança com práticas mais modernas, voltadas para desenvolver os times, engajá-los e disseminar o propósito da organização?” “Como deve ocorrer a formação dos novos líderes com vistas a assegurar a correlação com as estratégias de longo prazo da empresa?” O que deve ser preservado, a longo prazo, dos conhecimentos e da tradição da empresa? Que conhecimentos devem ser acrescentados? Quais os riscos e as oportunidades que existirão e que capacidade o futuro líder deverá ter para desvendá-los, planejar e agir?”.
Enfim, cada organização precisa analisar cuidadosamente o que espera como resposta à atuação dos seus líderes, que expectativas devem ser atendidas pelas lideranças em seus diversos níveis. Apenas um programa estruturado de formação de lideranças pode minimizar as ocorrências indesejáveis que interferem no bom desempenho das lideranças e suas equipes, assegurando os resultados almejados.
Criar as condições para a formação, o treinamento e o aprimoramento contínuo das lideranças, utilizando os diversos meios disponíveis, livros, cursos, palestras, workshops, mentoria, coaching, entre outros, é fundamental. O importante é que a empresa tenha algo estruturado, contínuo e sistematizado, com muito ou pouco recurso financeiro, com condução interna ou apoio de consultores externos, mas, que isto não seja pontual, tenha objetivos claros e indicadores bem definidos.
Toda organização precisa fomentar líderes que acreditem nas pessoas, sejam éticos, saibam conduzir um time, tenham estrutura emocional para enfrentar as grandes crises e atuem como formadores de novos líderes.
Ao falar de liderança não se destaca apenas as lideranças estratégicas, ou sejam, líderes da alta administração, nível 1 da organização (líder de contrato ou da unidade de negócio), membros de conselhos de administração atuantes, presidentes, vice-presidentes, diretoria e/ou superintendência. Fala-se, também, das lideranças intermediárias da organização, ou sejam, líderes do nível táticooperacional, que estão entre as lideranças estratégicas e os demais níveis da organização (gerentes, coordenadores, chefias, supervisores, etc.).
As questões aqui abordadas não valem apenas para lideranças de ambientes corporativos de organizações com fins lucrativos e sim, para lideranças de organizações públicas e de organizações sem fins lucrativos.
Vale ressaltar que as pessoas passam e as instituições ficam, ou seja, seus líderes, gestores têm prazo determinado, e que quanto menos estruturado o processo de formação das lideranças, mais frágil será a organização.
São questões como estas, que reforçam a importância do tema abordado neste artigo e da necessidade de uma nova concepção e metodologia para formação destas lideranças.
E você, quando irá começar a estruturar o seu Programa de Formação de Lideranças? Colocamo-nos a disposição para conversar sobre estas e outras questões relacionadas a qualidade do perfil e desempenho das lideranças e de seus liderados. Conte conosco para apoiá-lo.
Fábio Rocha
Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.
Maiza Neville
Especialista em Carreira, Consultor em Gestão de Pessoas por Competências, Professora, Coach e Diretora-Executiva da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.